"Este blog foi criado com o intuito de me aproximar de meus alunos e de todas as pessoas que, assim como eu, são apaixonadas pela Biologia. Além de estimulá-los a estudar, pretendo tirar as dúvidas que porventura surgirem e deixá-los sempre atualizados de novidades que aparecem diariamente"
17 de maio de 2012
Mosquito com genes modificados reduz Aedes em Juazeiro
Vem de Juazeiro, na Bahia, uma boa notícia no combate à dengue. Testes realizados por cientistas com mosquitos transgênicos incapazes de transmitir a doença mostraram resultados promissores.
O experimento, feito no último ano por pesquisadores da USP e da Moscamed, empresa que produz os mosquitos geneticamente modificados, foi apresentado em um seminário recentemente.
A premissa básica é substituir a população de machos do Aedes aegypti por mosquitos alterados. Eles se reproduzem de forma tão efetiva quanto os selvagens, mas têm uma modificação genética que, transmitida à prole, impede-a de sobreviver.
Resultado: todos os descendentes dessas criaturas artificialmente engendradas morrem antes que possam picar seres humanos e transmitir o vírus da dengue.
Durante o período de um ano, os cientistas liberaram em Itaberaba, um bairro de Juazeiro, mais de 10 milhões de mosquitos.
Depois de soltá-los no ambiente, coletaram amostras de larvas e constataram que entre 85% e 90% delas tinham o DNA modificado.
Levando em conta a população residente de A. egypti na região, houve uma redução de 75%, em relação às de áreas não tratadas.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
MODELO IMPORTADO
Os mosquitos transgênicos alterados foram originalmente projetados por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
Desde então, graças a uma parceria, a Moscamed busca desenvolver a tecnologia para produzir nacionalmente os insetos. "Isso reduz os custos", disse Aldo Malavasi, presidente da empresa brasileira, ao site "SciDev.net".
Espera-se que esses insetos transgênicos permitam a erradicação da dengue em regiões onde há baixa mobilidade para o A. aegypti (ou seja, ele viaja pouco de lugares não tratados para tratados).
Juazeiro foi escolhida por ser uma região ideal para a realização de um projeto piloto desse tipo, e a cidade acolheu a iniciativa. Para tanto, os pesquisadores realizaram diversas ações que explicavam o processo.
O estudo demonstrou a viabilidade de controlar a população de mosquitos por esse método, sem causar impactos adicionais ao ambiente.
Contudo, os cientistas fazem duas ressalvas. A primeira é de que se trata apenas de um resultado inicial.
"Era para testar a tecnologia, não fazer uma ação de controle", diz Margareth Capurro, pesquisadora que coordena o estudo na USP.
"Não sei até quando iremos manter a liberação em Itaberaba." Capurro destaca que já estão sendo formulados planos para testar a mesma ação em outros lugares.
O segundo senão é que iniciativas como essa não são um remédio definitivo. Se há interrupção na liberação dos mosquitos transgênicos, a tendência é que a população natural restabeleça seu número em pouco tempo.
"Esse tipo de tratamento tem de ser contínuo. Se pararmos há invasão dos mosquitos de fora nas áreas tratadas", explica Capurro. Ainda assim, o resultado é promissor no combate à doença.
12 de maio de 2012
Rinocerontes correm risco de extinção; seus chifres valem tanto quanto ouro
A caça ilegal de rinocerontes disparou impulsionada pelo valor dos chifres destes animais.
No mercado negro da Ásia, os chifres de rinocerontes valem tanto quanto o ouro, cerca de 66 mil dólares o quilo, indicam diferentes fontes.
Os asiáticos transformam o chifre desse bicho num pó, usado como remédio para aliviar a febre e combater o câncer, por exemplo. Mas não há estudos científicos que comprovem a eficácia desse medicamento.
É por isso que a matança vem sendo crescente. Na África, onde vivem de 70% a 80% da população mundial de rinocerontes, 13 rinocerontes foram mortos em 2007; 448 foram mortos em 2011; e nos quatro primeiros meses de 2012, já são 200 os que foram atingidos pelas mãos de caçadores ilegais.
Até agora, a população africana de rinocerontes estava em ascensão. Calcula-se atualmente em 20.700 o número de rinocerontes brancos na África e em 4.800 o número de negros.
Mas no ritmo em que a caça ilegal cresce, o número de rinocerontes sacrificados a cada ano corre o risco de superar logo o de nascimentos, advertiu o Grupo de Gestão de Rinocerontes (RMG) da Comunidade da África Austral.
Análise de DNA reforça elo entre humanos e gorilas
Gorilas e humanos são mais parecidos do que se pensava, pelo menos geneticamente. O primeiro sequenciamento completo do DNA desses macacos revelou que alguns genes são mais parecidos entre humanos e gorilas do que entre nós e os chimpanzés, considerados nossos "parentes" mais próximos.
Para chegar a esse resultado, um força-tarefa de 71 pesquisadores de várias partes do mundo esmiuçou o genoma de Kamilah, uma gorila-comum-ocidental (Gorilla gorilla gorilla) de 31 anos, e comparou os resultados com os genes dos outros três grandes primatas: humanos, chimpanzés e orangotangos.
Foi a primeira vez que um levantamento tão abrangente foi feito e, segundo os cientistas, ele tem grande importância para ajudar a elucidar a evolução dos primatas e as nossas próprias origens.
A primeira surpresa veio na similaridade dos genes. Embora o DNA de humanos e chimpanzés seja, de uma maneira geral, bem mais parecido, 15% do genoma dos humanos é mais similar ao dos gorilas do que ao dos chimpanzés.
Nesse conjunto, destacam-se genes ligados ao desenvolvimento do cérebro e da audição, por exemplo.
De fato, é na audição que está uma das maiores similaridades externas entre humanos e gorilas. Nossas orelhas pequenas são bem mais parecidas com as deles do que com as dos chimpanzés.
Entre os genes ligados à audição, uma descoberta tem potencial para influenciar o estudo da fala.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Comumente apontado como um dos genes associados ao desenvolvimento da fala em humanos, o LOXHD1 se mostrou igualmente desenvolvido entre gorilas.
Para descobrir por que, ainda assim, humanos desenvolveram a fala e os gorilas, não, ainda há um longo caminho. Mas o trabalho já começa a dar pistas.
Em um artigo crítico que acompanha a pesquisa, publicado na revista "Nature", Richard Gibbs e Jeffrey Rogers, do Centro de Sequenciamento do Genoma Humano da Faculdade de Medicina de Baylor, em Houston, destacam os resultados.
"Esses novos dados sobre os gorilas sugerem que uma grande porção do genoma humano estava sob pressão da seleção positiva [sendo favorecida pela seleção natural] durante o período de isolamento inicial dos nossos parentes próximos", avaliam.
Segundo eles, os dados podem ajudar a reconstruir as pressões ambientais que moldaram a evolução humana.
SEPARAÇÃO
O trabalho também usou as informações genéticas para estimar em que período aconteceu a separação de cada uma das espécies de seu ancestral comum.
A separação dos orangotangos foi a primeira, há cerca de 14 milhões de anos. A dos gorilas teve lugar em torno de 10 milhões de anos atrás. Já a divisão entre humanos e chimpanzés foi mais recente, há aproximadamente 6 milhões de anos.
O trabalho analisou ainda a divisão entre as subespécies de gorilas. O grupo comparou o genoma de Kamilah com os genes de outros animais de sua subespécie e também de um gorila-oriental (Gorilla beringei graueri).
Embora haja evidências de que a separação tenha ocorrido 1,75 milhão de anos atrás, existem indícios de que houve troca de material genético mais recentemente.
Embora os gorilas estejam trazendo pistas sobre a nossa evolução, os humanos não estão colaborando com a deles. Diversas populações, sobretudo a dos gorilas-das-montanhas, estão em risco elevado de extinção devido à atividade humana.
4 de maio de 2012
A beleza e a magia da polinização em câmara lenta
Simplesmente maravilhoso este vídeo. Vale a pena assistir.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8IkCLCYiYrM
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8IkCLCYiYrM
2 de maio de 2012
Brasileiro ajuda a montar seis tipos de DNA artificial
Faz bilhões de anos que a vida usa as "letras" químicas do DNA como seu alfabeto. Cansados dessa mesmice, um pesquisador brasileiro e seus colegas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, desenvolveram nada menos que seis tipos de "XNA" (formas sintéticas de DNA), cuja composição química não existe em nenhum ser vivo.
A pesquisa, cujo primeiro autor é o bioquímico paulistano Vitor Pinheiro, 34, não se limitou a construir a estrutura química dos XNAs.
A equipe também achou maneiras de fazer as moléculas se replicarem (grosso modo, "reproduzindo-se") e transferirem informação para o DNA tradicional.
Não se trata de mera curiosidade. "Até agora, parecia que apenas DNA e RNA podiam guardar informação genética. Se a gente mostra que outro tipo de polímero [molécula orgânica de cadeia longa] é capaz de fazer isso, o DNA e o RNA deixam de ser especiais", explica ele.
Isso teria até implicações para possíveis seres vivos ETs: eles não precisariam ser um simples repeteco da bioquímica que predomina na Terra para funcionarem.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Toda cadeia de DNA é composta por três componentes principais. A equipe internacional mexeu no componente do meio, as moléculas de açúcar que, na substância natural, possuem cinco átomos de carbono em sua estrutura.
Como quem brinca de Lego, os cientistas substituíram esse açúcar por outros tipos de molécula com quatro, cinco e até seis carbonos.
O próximo passo foi identificar polimerases (as substâncias que montam a cadeia de DNA) capazes de "conversar" com as moléculas sintéticas. Em alguns casos, a equipe achou polimerases capazes de realizar o truque, embora a eficiência do processo ainda deixe a desejar.
Pinheiro e companhia também conseguiram usar as várias formas de XNA para criar os chamados aptâmeros, pequenas moléculas capazes de se ligar de forma específica a outras moléculas e bloquear a ação delas, por exemplo.
"Elas podem ser comparadas a anticorpos", explica Pinheiro. Os aptâmeros são promissores como medicamentos, mas fazê-los com DNA natural tem um inconveniente: o organismo destrói a molécula com facilidade.
Já os XNAs, por não serem alvos naturais do organismo, poderiam durar mais e ter ação mais potente contra doenças. O estudo está na revista especializada "Science".
Grilo usa 'cri-cri' como marketing pessoal para atrair fêmea
Cientistas do Reino Unido e da Índia investigaram o “cri-cri” emitido pelos grilos e verificaram que o potente barulho – proveniente de um inseto pequeno – não é apenas um chamado à reprodução, mas funcionaria como uma propaganda do macho para a fêmea.
Por possuírem asas exclusivas -- que emitem som quando esfregadas -- os grilos machos "cantarolam” para atrair a atenção das fêmeas. Analisando esse som, os cientistas detectaram uma diferença no tom musical.
Os pesquisadores captaram frequências entre 2,3 e 3,7 kHz. Em princípio, achava-se que as frequências maiores seriam emitidas apenas por exemplares grandes. Mas simulações feitas em computador apontaram que grilos menores também alcançam sons altos se esfregarem as asas com maior intensidade.
De acordo com Rex Cocroft, um dos autores do estudo, isto pode modificar a dinâmica de escolha do parceiro. Para os cientistas, quanto mais rápido for o canto, ou seja, quanto maior for a frequência, mais chances de sucesso tem o grilo na conquista da fêmea. Agora, os pesquisadores querem descobrir o significado dos cantos.
O estudo foi publicado nesta semana na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS".
Asas exclusivas permitem ao grilo emitir sons para atrair fêmeas. (Foto: Sylvain Hugel/Divulgação)
Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/05/grilo-usa-cri-cri-como-marketing-pessoal-para-atrair-femea-diz-estudo.html
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